26 de janeiro de 2010

H1N1 - €milhões (nova derivação)



14 deputados do Conselho da Europa subscreveram um documento que acusa a OMS e as grandes industrias farmacêuticas de terem criado um pânico global desnecessario pela gripe A quando a estirpe é inofensiva. Bem, a verdade é que a gripe sazonal (aquela que todos costumamos ter) provoca anualmente entre 300.000 e 500.000 mortes, e esta criou até agora 13.000 em todo o planeta. Vejam um artigo que explica na perfeição tudo o que é preciso saber sobre esta maquinação. (é muito importante que o leiam).

Cada vez mais parece que a verdade vem ao de cima. E é isto que me faz continuar.

Fiquem bem e lutem por isso!

24 de janeiro de 2010

NLP - Neuro Linguistic Programming

NLP, ja' ouviram falar? Então eu estou aqui para vos falar disso. NLP são as siglas para Neuro-Linguistic Programming ou programação neuro-linguistica. E' um tipo de lavagem cerebral usando apenas palavras e gestos, que inconscientemente nos levam a crer em alguma coisa ou a desejar intensamente alguma coisa. Se quiserem ver o artigo do wikipédia sobre isso, cliquem. Em português mas menos completo e sem fontes fidedignas como o artigo em inglês também ha' qualquer coisa. Bem, ja' se percebeu que este é um ramo da psicoterapia que permite induzir desejos ou crenças num individuo. Embora tenha noção de que arrisco ser polémico (outra vez), afirmo categoricamente a minha opinião: a televisão usa o NLP para induzir desejos e crenças nas pessoas. Ora, como a minha opinião é demasiado modesta, prefiro servir-me de quem percebe disto. "Interpreting media NLP". E' um video disponivel no youtube que esta' em três partes e carreguem nos links um a um para os ver todos (1 , 2 , 3).
Bem, isto é demasiado extremo, podem pensar. Podem pensar até que esta técnica não existe. Eu entendo. Por isso, não vos deixo com sede. Vejam um video em que se pode ver o NLP em pratica, e vejam até ao fim porque as técnicas são magnificamente bem ilustradas.  Os "novos ilusionistas" utilizam recorrentemente o NLP para as suas ilusões de mentalismo. Tornam-se espectaculares, mas a sua base é esta mesmo...
Mais um de Darren Brown, numa corrida de apostas de cães, em que ele com um bilhete que não vale nada porque a sua aposta era errada, consegue convencer as mulheres da bilheteira a darem-lhe o dinheiro. Prestem atenção à segunda em que o outro senhor não consegue convencê-la e Brown bate com força na janela, despertando-lhe a atenção e diz: "This is the dog you're looking for". Primeiro, a frase acaba em "for" ou "four" (quatro, em português), que é o numero do cão em que ele apostou. E depois logo de seguida ele diz "That's why we came to this window" acentuando a silaba WIN, que significa vencer. Ele atraves de palavras e de uma forma simples consegue induzir um pensamento na senhora. Simples! Para quem quer perceber melhor, tenho um video a explicar o truque.

Espero que tenham gostado. Espero também que pensem duas vezes no que vêm todos os dias.

Fiquem bem e lutem por isso!

21 de janeiro de 2010

Maratona sem prémio - antes pelo contrario

Desacelerando o aceleração constante
Da vida maravilhosamente errante
A orbita é comprida mas apreceavel.
Ritmando o ritmo desordenado
Do fulgor por no's criado
A orbita é comprida mas alcançavel.
Não mais que sonhos se almejam
Não mais que verdades se desejam
No caminho da nossa incrivel vida.
Mais curta que comprida, mais curta que comprida.
Porque sem conta, peso, ou medida
Aprecia-se tudo sem classificação
Veem-se as coisas tal como são
Porque sou da natura irmão
Porque sou da natura irmão.
E que passaros voando
Pedras rolando
Humanos caminhando.
E que animais vivendo
Arvores crescendo
Vidas sem dividendo
Que descobrem o horrendo
E orbitam no desnecessario
Do valor material e primario.
Porque a sofisticação ilusoria
Que mudou o rumo da historia
(Mais curta que comprida, mais curta que comprida
Mais mentira que vida, mais mentira que vida)
Em nada melhorou o mundo
Que se tornou vazio e moribundo
Que não é mais algo a que se possa chamar
MUNDO! MUNDO! MUNDO!
O vazio a triplicar
Mostra a importancia que lhe deviamos dar
O mundo não é mais natureza
Porque ninguém lhe ve a beleza
Que os verdadeiros Homo-Sapiens lhe deram
Somos nada mais que o vazio - tão so'
Somos animais que metem do'...

Loose Change - vale a pena ver

Muitos de vocês ja' devem ter ouvido falar deste documentario. Pois bem, estou aqui para vos aconselhar a vê-lo. Ele desfaz o mito do 11 de Setembro, duvida apos duvida. Espero que possam ver, foi muito apoiado pelo povo americano e demasiado ignorado pelo resto do ocidente. Com os devidos agradecimentos a quem me lembrou deste doc, passem uma vista de olhos.

Fiquem bem.

17 de janeiro de 2010

Jornalismo verdadeiro - encontrei a agulha no palheiro!

Bem, cheira-me que encontrei matéria (finalmente!) de realidade não-censurada para vos colocar à disposição. Encontrei recentemente um site do Centro de Média Independente. Este centro basicamente informa sem preconceito ou limites impostos pela sociedade. Vocês têm noção de que os pivôs dos telejornais estão la' a ler o que lhes apresentam! Acham que eles se informam sobre os fundamentos do que lêm? Pois neste site encontrarão textos de jornalistas que dizem o que pensam. Claro que o site não é português, o que me arrisco a dizer que seria impossivel tendo em conta a realidade de Portugal, este site é brasileiro, mas a mensagem concerteza a entenderão porque os textos são bem legiveis e mais do que isso: informam, ao contrario da maior parte dos média que se limitam a desinformar.

"O CMI Brasil é uma rede de produtores e produtoras independentes de mídia que busca oferecer ao público informação alternativa e crítica de qualidade que contribua para a construção de uma sociedade livre, igualitária e que respeite o meio ambiente.

O CMI Brasil quer dar voz à quem não têm voz constituindo uma alternativa consistente à mídia empresarial que frequentemente distorce fatos e apresenta interpretações de acordo com os interesses das elites econômicas, sociais e culturais.
A ênfase da cobertura é sobre os movimentos sociais, particularmente, sobre os movimentos de ação direta (os "novos movimentos") e sobre as políticas às quais se opõem.
A estrutura do site na internet permite que qualquer pessoa disponibilize textos, vídeos, sons e imagens tornando-se um meio democrático e descentralizado de difusão de informações."

Esta é a descrição do Centro de Média Independente. Espero que passem uma vista de olhos.

Fiquem bem e lutem por isso!

16 de janeiro de 2010

Peter Singer e o que realmente destroi o planeta

"O mais recente livro de Peter Singer publicado em Portugal é uma recolha de diversos trabalhos seus que procuram apresentar a totalidade do seu pensamento. O livro foi publicado em resposta aos protestos que se seguiram aquando da sua contratação pela Universidade de Princeton. Efectivamente, a imensidão de pessoas que protestava contra a contratação de Singer tinha uma ideia errada das suas posições, assim como o público austríaco e alemão, cujos manifestantes nunca permitiram que Singer discursasse e onde chegou a ser agredido fisicamente. O relato assustador do seu processo de silenciamento na Áustria e na Alemanha é feito por Singer num dos capítulos deste livro.
É comum Singer provocar reacções adversas muito violentas, mas isso não deveria ser surpreendente. Qualquer pessoa que ponha ideias feitas em causa gera anticorpos e a filosofia tipicamente põe ideias feitas em causa porque é em grande parte a análise cuidadosa dos nossos preconceitos mais queridos. Quando tais preconceitos dizem respeito a problemas esotéricos de epistemologia, metafísica ou filosofia da linguagem, ninguém se incomoda. Mas quando dizem respeito à eutanásia, à ajuda aos mais pobres, ao aborto ou ao modo como tratamos os animais não humanos, é natural que as reacções adversas se façam sentir.
O livro tem cinco partes, antecedidas por uma lúcida introdução na qual Singer explica quais são os quatro princípios éticos fundamentais nos quais baseia todas as suas posições. Como é típico na filosofia, estes princípios parecem aceitáveis, e num inquérito talvez a maior parte das pessoas os aceitasse. Contudo, conduzem Singer a conclusões que muitas pessoas não só se recusam a aceitar como acham ofensivas e intoleráveis, dignas de ser proibidas ou ignoradas. O primeiro princípio é que o sofrimento é intrinsecamente mau, "seja quem for aquele que sofre" (pág. 13), sendo igualmente mau independentemente de quem sofre. Por exemplo, o sofrimento dos brancos não pode valer menos ou mais do que o dos índios. O segundo princípio é que a maior parte dos animais não humanos — como os cães, cavalos, galinhas, porcos, vacas, etc. — pode sentir dor e sofrimento. O terceiro é que devemos unicamente ter em consideração cada ser, e não a espécie, raça ou sexo a que pertence, quando consideramos o mal de o matar. O quarto é que não somos responsáveis "só por aquilo que fazemos, mas também por aquilo que poderíamos ter impedido" (p. 13). Destes princípios seguem-se algumas das suas teses que mais irritam os críticos: que o sofrimento que provocamos nos animais não humanos para os comer é imoral; que a eutanásia e o aborto são morais, em certas circunstâncias, assim como o infanticídio; que o modo de vida europeu e americano é imoral, porque a generalidade das pessoas prefere comprar mais um par de calças de cem euros quando poderia dar esse dinheiro para ajudar a impedir uma criança em África de morrer à fome.
Uma parte importante da irritação que as pessoas sentem resulta de antropocentrismo. A distinção crucial entre pessoa e ser humano, estabelecida classicamente por John Locke, parece difícil de entender para muitas pessoas. Ser um ser humano é pertencer a uma dada espécie biológica, e isso só por si é moralmente irrelevante. Mas ser uma pessoa é ter determinadas características — consciência de si, projecção no futuro, autonomia — que são moralmente relevantes. Se um dia descobrirmos extraterrestres que falem connosco não podemos matá-los só por não serem seres humanos, tal como os europeus não tinham o direito de explorar e matar os índios e os negros só por não serem brancos.
A primeira parte do livro é uma breve introdução à ética, na qual Singer explica alguns mal entendidos em relação a esta disciplina. A segunda parte é dedicada à discussão da relevância moral dos animais não humanos. A generalidade do público pensa que só se fazem experiências dolorosas com animais não humanos para salvar vidas humanas, mas isto é falso. Outra ideia falsa que as pessoas têm é quanto ao modo como os animais para a alimentação são tratados pela indústria alimentar — as pessoas têm em mente as quintas tradicionais, mas isso não existe hoje em dia. A terceira parte é dedicada à pobreza mundial, ao aborto e à eutanásia. Singer apresenta aqui os seus cinco novos mandamentos, em substituição de cinco dos mandamentos tradicionais, assim como dados muito interessantes acerca da perspicaz fantasia inventada pelos médicos de Harvard — a morte cerebral — que é na verdade uma maneira de sancionar a eutanásia involuntária sem termos de passar pelo incómodo lhe chamar tal coisa. A quarta parte contém algumas das ideias de Singer mais atraentes para o grande público: ideias sobre o sentido da vida e sobre o que significa ser de esquerda hoje. Finalmente, na última parte Singer apresenta algumas notas pessoais: a referida nota sobre o seu silenciamento na Alemanha, o seu distanciamento relativamente ao activismo exacerbado em prol da libertação animal e finalmente uma entrevista.
Este é um livro de leitura contagiante, defendendo cuidadosamente ideias importantes, e servido por uma prosa elegante, clara e despretensiosa. Será irritante para muitas pessoas, mas quando a filosofia cumpre o seu papel de pôr em causa os nossos preconceitos mais queridos não pode evitar ser irritante."

 - este é um texto de Desidércio Murcho, filosofo que fila na lista de autores do blog De Rerum Natura, aquele que é para mim o melhor blog informativo português.  Ora, sobre Peter Singer, posso apenas dizer que conheço ha' bastante pouco tempo, mas a curiosidade levou-me a pesquisar sobre ele. Este homem tem posições enormemente polémicas mas que visam, na sua teoria, o fim do sofrimento humano e animal. Afinal, todos o queremos fazer, a questão é o que é necessario fazer para acabar com ele. Talvez tenhamos de abandonar enormes e massivas crenças que vivem apegadas a nos, mas é no fundo isto que a filosofia faz e sempre fez - acabar com o que esta maleficamente enraizado. Porque apenas ha 200 anos, nunca ninguém imaginaria que um dia um pais poderia subsistir sem um rei a mandar. Pois eu digo-vos que se algo mudou foi graças a atitudes filosoficas, de gente capaz de mudar atitudes, dos "tais" liberais". Pois os liberais são demasiado mal vistos e eu gostaria de perceber porquê. Eu gostaria de perceber em que é que se baseiam as pessoas quando criticam tão fortemente aquilo a que chamam anarquia. Porque ja experimentamos monarquias, ditaduras e democracia. Eu gostava de saber se alguma delas resultou. Resultou? Resultou? Resultou? Pois meus caros leitores, anarquia é um termo demasiado menosprezado. Eu não falo em cada um para seu lado, em cada um faz o que quer. Falo apenas que cada pessoa pode ter direito a viver, apenas isso. Porque da piramide das necessidades de Maslow, ninguém neste Mundo, absolutamente ninguém a tem completa. Alguns nem a primeira fase conseguem satisfazer. Agora perguntaria como pode ser considerado este Mundo minimamente justo quando esta situação permanece, permaneceu e permanecera' se não houver uma revolução. Falo da revolução da consciência, nunca de uma guerra bélica porque me oponho a esse tipo de soluções. Apenas estou a enumerar as ideias de Krishnamurti... Pois o que precisamos de utilizar neste momento, no's pessoas de paises desenvolvidos (apenas economicamente), são a base e o topo da pirâmide. Claro que as necessidades basicas estão preenchidas, e por isso utilizemos ja' o topo da piramide para permitir aos outros que possam usufruir da primeira fase, ou das necessidades basicas. Utilizemos a moralidade, criatividade, espontaneidade, solução de problemas, ausência de preconceito e aceitação de factos. Utilizemos isto em prol do mundo.
Quanto a Singer, tenho aqui uma entrevista dele em que poderão compreender melhor quais são as suas posições.

Vi, recentemente, um documentario chamado Home. (quem quiser ver clique aqui) E' sem duvida uma obra de arte este documentario, desde as imagens fabulosas até à musica que o acompanha. Porém, transmite algumas mensagens com que não concordo, embora goste do efeito consciente que pode trazer às pessoas. O que não gosto é da sensação que me deixou de que somos uns parasitas. Se virem com atenção, em certas alturas, é isso que nos dão a entender. E, por outro lado, diz que destruimos o meio ambiente, que não somos minimamente conscientes, que a culpa é toda nossa, no fundo. Agora gostava de saber quantas referências faz aos agentes poluentes enviados pelas grandes industrias, apenas refere que o ser humano isto, o ser humano aquilo. Isto é provocado maioritariamente por gente poderosa, e admito que nos de facto poluimos, mas porque temos de ser no's os unicos a ser sensiblizados? Eis onde quero chegar. Este documentario é financiado pelo grupo PPR. Este grupo é uma multinacional francesa, uma das maiores do Mundo também, que detém empresas especializadas em artigos de luxo. Mais concretamente - Gucci, Yves Saint Lorent, Sergio Rossi e mais seis empresas de topo. Mas não é so'. Detém também a Fnac, o Conforama e a La Redoute. Recentemente descobri também um "relativo" interesse do grupo PPR pelas energias renovaveis. E' que o seu maior financiador, o grupo Rexel (com filiação em Portugal) fez um enorme investimento em energias renovaveis. Resta saber se esse investimento foi bem empregue - não... E' que o desenvolvimento da tecnologia benéfica ao ambiente tem sido demasiado lento tendo em conta os desenvolvimentos que têm havido. Não percebo... Proclama-se aos molhos que temos de desenvolver a tecnologia, mas depois aparecem pessoas capacitadas com soluções bem mais tentaveis do que aquilo em que ainda se investe e ninguém liga. E' como investir para o desenvolvimento do comboio a vapor... Bem, sobre isto vejam este meu texto.
Voltando a Home, penso que ja' perceberam o que quero dizer: é um documentario espectacular porque nos sensibiliza a sermos mais conscientes em prol da natureza, mas mais uma vez tem interesses economicos por tras... Como em tudo...
Pois agora falo-vos sobre o que para mim esta' realmente a desiquilibrar a natureza. O genocidio em relação aos animais. A forma macabra como matamos os animais ignorando que eles também sentem dor. Vejam Earthlings que esse documentario fala por mim e dar-me-a' a razão que mereço. Peter Singer disse: "Se eu pudesse fazer com que todos no mundo vissem um filme, eu fa-los-ia ver Earthlings". Portanto, façam isso que irão mudar bem a vossa concepção do que deve ser a nossa prioridade para proteger a natureza. Porque não se esqueçam que ao matar desta forma os animais e em tão grande numero estamos a colocar em causa o equilibrio dos ecossistemas - e a extinção de espécies como a que nos arriscamos a provocar é bem mais perigosa que o aquecimento global, basta que nos informemos sobre as consequências de um desiquilibrio nos ecossistemas...

Fiquem bem e, claro esta', lutem por isso!

P.S.: Espero bastante controversia sobre este texto, e espero também que não se inibam de contrapôr o que aqui disse (sem insultos). Depois tratarei de defender a minha posição ou dar o braço a torcer, quiça'.

14 de janeiro de 2010

Também posso falar sobre o Haiti?

Bem, ultimamente a televisão tem andado numa asafama incrivel por causa do sismo de magnitude 7,3 na Escala de Richter que abateu o Haiti. Falam da morte de milhares de pessoas, em milhares de desalojados, etc... Eu, pessoalmente, vivo indignado com o tipo de informação que se tem dado. E' que muitos por certo se recordarão do sismo que ocorreu a sudoeste de Pequim e que provocou 5 mil mortos. Pois este, no Haiti, provocou entre 100 mil e 500 mil! Culpa da magnitude? Pura mentira... E' que o da China foi de magnitude 7.8 e este de 7.3 na escala de Richter... Sabem de que é a culpa? E' da injustiça social, é o que é. Se houvesse justiça, se se desse a oportunidade aos haitianos de viverem nas condições a que têm direito por serem seres humanos, talvez o resultado fosse menos grave. E' que passamos 365 dias de 2009 sem nos lembrarmos que haviam pessoas a morrer com fome no Haiti, mas de repente pimba! Acontece um desastre que abala o Mundo por uma semana e 7 milhões de Haitianos para o resto da vida. Lembramo-nos que a estupidez deste mundo economico magnetiza de uma forma massiva os estragos que podiam ser tão menos graves... Quantas crianças se salvariam? Quantas mães não estariam a chorar neste momento? Quantas pessoas não teriam perdido as suas familias inteiras? Apenas se o mundo fosse justo, se a elite não puxasse os bens necessarios e desnecessarios para si e se lembrasse que ha quem passe fome. Mas bem, isto ficara' apenas guardado como um momento isolado na historia, daqui a dois meses ninguém se lembra disto e a estes 100 mil juntar-se-ão mais uns milhares a morrerem anualmente no Haiti de fome (quantos são ao certo não sei mas dos 7 milhões de habitantes do Haiti, 4 milhões passam fome). Mas o mundo não se lembrara' disso, porque hoje é Quinta, e estaremos até Domingo sensibilizados para isto, apenas até ao campeonato nacional de futebol se disputar no fim-de-semana - é que o fim-de-semana é folga para tudo, até para sermos humanos.
Notei também que Bill Clinton veio pedir às pessoas para darem o que puderem para ajudar os haitianos. Eu espero que as pessoas se sensibilizem, mas gostava de saber exactamente a percentagem da sua fortuna que Bill Clinton vai dispender para ajudar o Haiti, ou se os EUA dispensaram apenas 1% do que investem todos os anos para o combate ao terrorismo para ajudar o Haiti, e seria ja uma ajuda massiva (imaginem se dispensassem os 100%!).

Fica apenas a minha magoa, a indignação e a certeza de que isto eu não esqueço, ao contrario da maior parte das pessoas que irão concerteza esquecê-lo quando o Cristiano Ronaldo aparecer com outra namorada (a miss Espanha ja foi capa de alguma imprensa por gostar dele).

E' urgente que dêm valor à vida, porque ela tem bem mais valor que aquele que lhe dão.

Abraço e movam-se!

13 de janeiro de 2010

Jiddu Krishnamurti


Muitos de voces devem ter ficado impressionados com as palavras sabias daquele homem que fala logo no inicio de "Zeitgeist". Porém, embora possam andar pensativos sobre quem é esse senhor, eu venho aqui para vos dissipar as duvidas. Esse homem é Jiddu Krishnamurti, um filosofo e mistico indiano.
Krishnamurti nasceu em 1895, em Madanapalle (India). Com apenas treze anos foi "recrutado" para a Sociedade Teosofica. E com esta idade quem dirigia a Sociedade teosofica ja considerava Krishnamurti como uma das grandes mentes do Mundo. Apenas com quinze anos foi escolhido como chefe da ordem internacional da estrela do oriente, mas apos a morte de um dos seus irmãos rompeu todos os laços que tinha com estas organizações e descomprometeu-se por completo. Arrastava multidões que o ouviam, mas recusava ser considerado autoridade ou superior, e rejeitava constantemente ser conotado como lider espiritual. Krishnamurti dizia sempre que o ser humano tinha de proporcionar uma revolução individual e consciente, que para que alguma coisa mudasse era necessaria e preponderante uma revolução interior. Bem, mostro agora aqui algumas das reflexões mais importantes deste filosofo que se encontram no site do Instituto Ahau:

Sobre "Liberdade"

"Muitos filósofos têm escrito sobre a liberdade. Falamos sobre liberdade — liberdade para fazer o que quisermos, para ter o emprego de que gostamos, liberdade para escolher uma mulher ou um homem, liberdade para ler qualquer livro, ou liberdade para não ler absolutamente nada. Somos livres, e o que fazemos com essa liberdade? Usamos essa liberdade para nos expressarmos, para fazer aquilo de que gostamos. A vida está se tornando cada vez mais permissiva — você pode fazer amor no parque ou no jardim.
Temos toda espécie de liberdade, e o que temos feito com ela? Pensamos que onde há escolha há liberdade. Eu posso ir à Itália ou à França: é uma escolha. Mas a escolha dá liberdade? Por que temos que escolher? Se você é realmente lúcido, tem uma compreensão exacta das coisas, não há escolha. Disso resulta uma acção correcta. Apenas quando há dúvida e incerteza é que começamos a escolher. A escolha, então, se vocês me permitem dizê-lo, constitui um empecilho para a liberdade.
Nos estados totalitários não há liberdade alguma, pois eles têm a idéia de que a liberdade produz a degeneração do homem. Portanto, eles controlam, reprimem — vocês sabem o que está a acontecer.
Então, o que é liberdade? É algo que se baseia na escolha? É fazer exatamente o que queremos? Alguns psicólogos dizem que, se você sente alguma coisa, não deve reprimi-la ou controlá-la, mas deve expressá-la imediatamente. Jogar bombas é liberdade?veja apenas a que reduzimos a nossa liberdade!
A liberdade está lá fora, ou aqui dentro? Onde você começa a procurar pela liberdade? No mundo exterior — onde você expressa o que quer que você queira, a tal liberdade individual — ou a liberdade começa dentro de você, para então se expressar inteligentemente fora de você? Compreendeu a minha pergunta? A liberdade só existe quando não há confusão dentro de mim, quando, psicologicamente, religiosamente, não há o perigo de eu cair em nenhuma armadilha — você entende? As armadilhas são inúmeras: gurus, sábios, pregadores, livros excelentes, psicólogos e psiquiatras — tudo armadilhas. E se estou confuso e há desordem, não preciso, primeiro, me livrar dessa desordem antes de falar em liberdade? Se não tenho nenhum relacionamento com minha mulher, com meu marido, ou com outra pessoa — porque nossos relacionamentos são baseados em imagens — surge o conflito, que é inevitável onde há divisão. Então, não deveria eu começar por aqui, dentro de mim, na minha mente, no meu coração, a ser totalmente livre de todos os medos, ansiedades, desesperos, e das mágoas e feridas de que sofremos por causa de alguma desordem psíquica? Observe tudo por si mesmo e livre-se disso!
Mas, aparentemente, nós não temos energia. Nós dirigimo-nos aos outros para que nos dêem energia. Falando com o psiquiatra nós sentimo-nos aliviados — a confissão e tudo mais. Sempre dependendo de alguma outra pessoa. E essa dependência, inevitavelmente, causa conflito e desordem. Então, temos de começar a compreender a profundeza da liberdade; precisamos começar com aquilo que está mais perto: nós mesmos. A grandeza da liberdade, a verdadeira liberdade, a dignidade, a sua beleza, está em nós mesmos quando a ordem é completa. E essa ordem só vem quando somos uma luz para nós mesmos. "
Krishnamurti – Perguntas e Respostas – Ed. Cultrix


Ser um cidadão ou ser um homem bom?



"Se queremos paz, temos de compreender a correcta relação entre o homem e o cidadão. O Estado, naturalmente, prefere que sejamos só cidadãos; isso, entretanto, é a estupidez própria dos governos. Nós, de nossa parte, gostaríamos de entregar o homem ao cidadão; porque ser cidadão é muito mais fácil do que ser homem. Ser um bom cidadão é funcionar eficientemente dentro do padrão de uma sociedade. Eficiência e ajustamento são exigidos do cidadão, para torná-lo rijo e cruel - capaz de sacrificar o homem ao cidadão. Um bom cidadão não é necessariamente um homem bom; mas um homem bom não pode deixar de ser um bom cidadão - não de determinada sociedade ou nação.
Sendo, antes de tudo, um homem bom, suas acções não serão anti-sociais; ele não estará contra ninguém. Viverá em cooperação com os outros homens bons; não aspirará à autoridade porque desconhece a autoridade; será eficiente, sem ser cruel. O cidadão procura sacrificar o homem; mas o homem que busca a inteligência suprema, evitará naturalmente as acções estúpidas do cidadão. Por isso, o Estado estará contra o homem bom, o homem de inteligência; esse homem, entretanto, é independente de qualquer governo ou nação.
O homem inteligente criará uma sociedade boa; mas um bom cidadão não fará nascer uma sociedade em que o homem possa ser da mais alta inteligência. O conflito entre o cidadão e o homem é inevitável, quando o cidadão predomina; e qualquer sociedade, que deliberadamente despreza o homem, está condenada. Só haverá a reconciliação do homem e do cidadão quando o processo psicológico do homem for compreendido. Ao Estado, à sociedade presente, não interessa o homem interior, mas este sempre suplantará o exterior, destruindo os planos sagazmente engendrados para o cidadão. O Estado sacrifica o presente ao futuro e está sempre a proteger-se para o futuro; considera da máxima importância o futuro, e não o presente. Para o homem inteligente, porém, o presente é da mais alta importância, o agora e não o amanhã. O que é só pode ser compreendido com o desaparecimento do amanhã. A compreensão do que é produz a transformação no presente imediato. Esta transformação é que é de suma importância, e não a maneira de reconciliar o cidadão e o homem. Realizada a transformação, cessará o conflito entre o homem e o cidadão. "
Krishnamurti - Comentários sobre o viver - Cultrix



Sobre a Deterioração da Mente



"Um homem que está trabalhando, ganhando dinheiro, frequentando, regularmente um escritório, não se está deteriorando, aparentemente, pois está em actividade; ao cessar, porém, essa actividade, torna-se perceptível a deterioração.
A mente sujeita a uma rotina, seja a rotina de um escritório, de um rito, ou a rotina de um certo dogma, já se está a deteriorar, não é verdade?
Por certo, vale muito mais a pena descobrir as causas determinantes da deterioração da mente, do que inquirir por que razão o vosso vizinho se desintegra, quando se retira das actividades. Se pudermos realmente compreender só esta questão, talvez venhamos a conhecer a eternidade da mente.
Por que se deteriora a mente — não apenas a vossa, mas a mente do homem? Pode-se ver que o factor da deterioração surge quando a mente se transforma em máquina de hábito, quando a sua educação é mero exercício de memória, e quando se acha numa luta incessante, procurando ajustar-se a um padrão imposto de fora ou criado por ela própria.
Há medo, deterioração, destruição da mente, quando ela está constantemente a buscar segurança, ou quando onerada do desejo de preencher-se.
E tal é o nosso estado, não é verdade? Ou estamos na sujeição do hábito, da rotina, fazendo a mesma coisa sempre e sempre, exercitando-nos na virtude, ajustando-nos ao padrão de uma disciplina, para chegarmos a um certo resultado, para encontrarmos segurança psicológica ou material; ou, ainda, estamos a competir, a fazer esforços inauditos, na nossa ambição de sucesso mundano.
Certo, é isso o que cada um de nós está fazendo, e, por conseguinte, já pusemos em funcionamento o mecanismo da deterioração. Se qualquer dessas reações existe em nós, em qualquer nível que seja, estamo-nos deteriorando.
Pois bem. Pode a mente renovar-se com frequência? Pode a mente ser criadora momento por momento?
Não me refiro à criação compreendida como mera atividade de planear e expressar, compreendida como capacidade ou aplicação de uma técnica. Não me estou referindo à criação sob nenhum desses aspectos. Mas pode a mente experimentar o desconhecido? Sem dúvida, só no estado de não cognoscibilidade não há deterioração.
Qualquer outro estado acarretará, por força, o envelhecer da mente. Como qualquer mecanismo posto a funcionar seguidamente durante dias, semanas, meses e anos, a mente, sempre em actividade, se deteriora, inevitavelmente.
Enquanto fizerdes uso da vossa mente como se fosse máquina, para realizar, produzir, ganhar, tendes em vós as sementes da deterioração, da velhice e da decrepitude. E quer se trate de um menino de dezesseis anos ou de um velho de sessenta, o “processo” é o mesmo.
Nós, porém, em geral, não estamos cônscios (conscientes) desse processo de deterioração. Estamos cônscios, apenas, de nos acharmos entre as rodagens da máquina de prazeres e dores e sofrimentos, e da nossa luta para sairmos dela.
A mente, pois, nunca está quieta, despreocupada; sempre se acha envolvida com alguma coisa: com Deus, com o comunismo, com o capitalismo, com o enriquecer, com a opinião dos outros ou... com a cozinha. Com quantas coisas anda ela ocupada! Como está constantemente ocupada, nunca é livre, jamais tranquila.
Só a mente que está tranquila — não por estar insensibilizada, mas por encontrar-se naquele estado de silêncio que é criador — só essa mente pode suster a deterioração.
A imunidade à deterioração não é possível à mente que se preenche pelo exercício de capacidades. A medida que nos tornamos mais idosos, a capacidade esmorece. Podeis ser um pianista exímio; com o envelhecer, porém, vem o reumatismo, vêm os achaques, vem a cegueira, ou podeis ser vitimado por um acidente.
A mente que anda à procura de preenchimento, em qualquer sentido, em qualquer nível, já contém em si a semente da destruição. E o “eu” que quer preencher-se, quer tornar-se alguma coisa; vendo-se vazio, frustrado, busca o “eu” preenchimento em minha família, meu filho, minha propriedade, minha idéia, minha experiência.
Quando reconhecemos tudo isso e percebemos-lhe os perigos, só então a mente pode estar vazia momento por momento, dia por dia, não embargada pela carga do passado ou pelo temor do futuro.
O viver naquele momento não é nenhuma coisa fantástica, só concedida a uns poucos. Afinal de contas, como disse, cada um de nós vive num mundo de sofrimento, luta, dor, efêmera alegria, e cada um de nós deve encontrar aquela coisa desconhecida; ela não foi reservada só para um e negada aos demais. É juntos que podemos criar um mundo novo; mas este mundo novo não pode nascer da revolução exterior, que produz decomposição.
A mente se deteriora quando busca um fim, quando se submete à autoridade, nascida do temor. Há um definhar-se da mente, quando não há autoconhecimento, e o autoconhecimento não é uma coisa que se possa aprender de um livro. Ele tem de ser descoberto a cada momento, o que requer uma mente vigilante em extremo; e a mente não está vigilante quando achou um fim.
Assim, o factor que acarreta a deterioração se encontra em nossas próprias mãos. A mente, presa à experiência, vivendo da experiência, nunca encontrará o incognoscível. O incognoscível só pode manifestar-se quando o passado já não existe; e só não existe passado, quando a mente está tranquila."
Krishnamurti – Percepção Criadora – Ed. Ediouro



Sobre o vazio existencial



"O nosso problema está no facto de a nossa vida ser vazia e de não conhecermos o amor; conhecemos sensações, conhecemos a publicidade, conhecemos exigências sexuais, mas não há amor. E como se faz para transformar esse vazio, como encontrar essa chama sem fumaça? Esta é por certo a pergunta, não é? Então, vamos descobrir juntos a verdade desse assunto.
Por que a nossa vida é vazia? Embora sejamos muito activos, embora escrevamos livros e frequentemos o cinema, embora nos divirtamos, amemos e vamos ao escritório, nossa vida é vazia, tediosa, mera rotina. Por que os nossos relacionamentos são tão superficiais, estéreis e sem muito sentido? Conhecemos a nossa vida suficientemente bem para saber que a nossa existência tem muito pouco significado; citamos frases e idéias que aprendemos — o que fulano ou beltrano disseram, o que os mahatmas, os santos mais recentes ou os antigos santos disseram. Se não for um líder religioso, seguimos um líder político ou intelectual, seja Marx, Adler ou Cristo. Somos apenas fitas gravadas que repetem, e damos a esse repetição o nome de conhecimento. Aprendemos, repetimos, e a nossa vida continua extremamente superficial, entediante e repulsiva. Por quê? Por que é assim? Por que atribuímos tanta importância às coisas da mente? Por que a mente veio a se tornar tão importante na nossa vida — quando digo mente refiro-me às idéias, ao pensamento, à capacidade de racionalizar, de avaliar, de sopesar, de calcular? Por que damos uma ênfase tão extraordinária à mente? O que não significa que devamos nos tornar emotivos, sentimentais e melosos. Conhecemos esse vazio, esse extraordinário sentimento de frustração. Por que há na nossa vida essa vasta superficialidade, esse sentimento de negação? Não há dúvida de que só podemos compreendê-lo quando o abordamos por meio da consciência do relacionamento.
O que de facto está acontecendo nos nossos relacionamentos? Nossos relacionamentos não constituem um auto-isolamento? Não são todas as actividades da mente um processo de salvaguarda, de busca de segurança, de isolamento? Não é esse pensamento, que dizemos ser colectivo, um processo de isolamento? Não é toda  a acção da nossa vida um processo de auto-encerramento? Vocês podem vê-lo na sua vida diária. A família tornou-se um processo de auto-isolamento e, sendo isolada, deve existir em oposição. Assim, todas as nossas acções estão levando ao auto-isolamento, que cria essa sensação de vazio; e, sendo vazios, procuramos preencher o vazio com rádios, com barulho, com tagarelices, com fofocas, com a leitura, com a aquisição de conhecimento, com a respeitabilidade, o dinheiro, a posição social e por aí fora. Mas tudo isso é parte do processo de isolamento e, portanto, apenas reforça o isolamento. Assim, para a maioria de nós, a vida é um processo de isolamento, de negação, de resistência, de ajustamento a um padrão; e, naturalmente, nesse processo não há vida, havendo, por conseguinte, uma sensação de vacuidade, uma sensação de frustração. Claro que amar alguém é estar em comunhão com essa pessoa, não num determinado grau, mas completa, integral e profusamente; porém, nós não conhecemos esse amor. Só conhecemos o amor como sensaçãoos meus filhos, a minha mulher, a minha propriedade, o meu conhecimento, a minha realização; e isso é novamente um processo de isolamento. A nossa vida, em todas as direcções, leva à exclusão; ela é um impulso de auto-isolamento da parte do pensamento e do sentimento; às vezes conseguimos nos comunicar com o outro. Eis por que existe esse enorme problema.
Ora, esse é o estado actual da nossa vida — respeitabilidade, posse e vazio — e a pergunta é como proceder para irmos além dele. Como ir além dessa solidão, desse vazio, dessa insuficiência, dessa pobreza interior? A meu ver, a maioria de nós não deseja fazê-lo. A maioria de nós fica satisfeita com a maneira como é; é muito cansativo descobrir uma coisa nova, e por isso preferimos permanecer como estamose aí reside a verdadeira dificuldade. Temos muitas coisas que nos dão segurança; construímos paredes ao redor de nós mesmos, com as quais estamos satisfeitos e, ocasionalmente, há um murmúrio vindo de além da parede; há de vez em quando um terremoto, uma revolução, uma perturbação que logo neutralizamos. Desse modo, a maioria de nós na realidade não quer ir além do processo de auto-isolamento; tudo o que procuramos é um sucedâneo, a mesma coisa numa outra forma. Nossa insatisfação é bem superficial; queremos uma coisa nova que nos satisfaça, uma nova segurança, uma nova maneira de nos proteger — o que é, mais uma vez, o processo de isolamento. O que estamos procurando, a bem dizer, não é ir além do isolamento, mas reforçá-lo de modo que ele venha a ser permanente e livre de interferências. São poucos os que desejam derrubar as barreiras e ver o que existe para além disso que chamamos de vacuidade, solidão. Aqueles que buscam um sucedâneo para o antigo ficarão satisfeitos ao descobrir algo que proporcione uma nova segurança, mas há evidentemente quem queira ir além disso; por isso, prossigamos com eles.
Ora, para ir além da solidão, do vazio, é preciso compreender todo o processo da mente. O que é isto que chamamos de solidão, de vazio? Como sabemos que é vazio, que é solidão? A partir de que critério vocês dizem que é isto e não aquilo? Quando vocês dizem que é solidão, que é vazio, qual é a referência? Vocês só podem sabê-lo a partir das medidas proporcionadas pelo antigo. Vocês dizem que algo é vazio, vocês o nomeiam, e julgam tê-lo compreendido. Não será o próprio acto de nomear um empecilho à sua compreensão? A maioria de nós sabe o que é a solidão, da qual estamos a tentar escapar. A maioria de nós tem consciência dessa pobreza interior, dessa insuficiência interior. Não se trata de uma reacção abortiva, mas de um facto; e ao lhe dar um nome não o podemos dissolver — ele está presente. Ora, como conhecemos seu conteúdo, como chegamos a saber qual é a sua natureza? Vocês conhecem alguma coisa por lhe dar um nome? Vocês conhecem-me ao me chamar por um nome? Vocês só podem conhecer-me quando me observam, quando têm comunhão comigo, mas chamar-me por um nome, dizer que sou isso ou aquilo, obviamente põe fim à comunhão comigo. De modo semelhante, para se conhecer a natureza daquilo que denominamos solidão, tem de haver comunhão com ela, e a comunhão não é possível se vocês a nomeiam. Para compreender alguma coisa, é preciso antes de tudo fazer cessar o acto de nomear. Se desejam de facto entender o vosso filho — o que eu duvido — o que vocês fazem? Vocês olham para ele, observam-no a brincar, contemplam-no, estudam-no. Em outras palavras, vocês amam aquilo que desejam compreender. Quando vocês amam alguma coisa, há naturalmente comunhão com essa coisa, mas o amor não é uma palavra, um nome, um pensamento. Vocês não podem amar aquilo a que dão o nome de solidão porque não têm plena consciência dela, porque a abordam com medo — não medo da solidão, mas de outra coisa. Vocês não pensaram sobre a solidão porque não sabem de facto o que ela é. Não riam; isto não é um argumento inteligente. Pensem bem no assunto enquanto falamos e verão todo o seu alcance.
Logo, aquilo que denominamos "vazio" é um processo de isolamento que é o produto do relacionamento quotidiano, porque, no relacionamento, consciente ou inconscientemente, estamos procurando a exclusão. Vocês querem ser o proprietário exclusivo daquilo que lhes pertence, da mulher ou do marido, dos filhos; querem caracterizar a coisa ou pessoa como meu, o que evidentemente significa aquisição exclusiva. Esse processo de exclusão deve inevitavelmente levar a um sentimento de isolamento; e como nada pode viver em isolamento, há conflicto, e estamos tentando escapar desse conflicto. Todas as formas de fuga que podemos conceber — as actividades sociais, a bebida, a busca de Deus, a puja, a realização de cerimonias, a dança e outras diversões — estão no mesmo nível: e se vemos na vida diária esse processo total de fuga do conflicto e queremos suplantá-lo, temos de compreender o relacionamento. Só quando a mente não está escapando de nenhuma maneira é possível estar em comunhão directa com aquilo a que damos o nome de solidão: o só; e para haver comunhão com isso, tem de haver afeição, tem de haver amor. Noutras palavras, vocês têm de amar a coisa para compreendê-la. O amor é a única revolução, e o amor não é uma teoria nem uma ideia; ele não segue nenhum livro nem padrão de comportamento social.
Logo, a solução do problema não vai ser encontrada nas teorias, que servem somente para aumentar o isolamento. Ela só será encontrada quando a mente, que é pensamento, não estiver empenhando em fugir da solidão. A fuga é um processo de isolamento, e a verdade é que só pode haver comunhão quando há amor. Só então é resolvido o problema da solidão. "
Krishnamurti – Sobre o amor e a solidão - Cultrix


Depois disto, nem tenho palavras a dizer, ja' que esta é uma das pessoas que faz valer cada palavra que lhe sai da boca.

Fiquem bem e lutem por isso!

11 de janeiro de 2010

Com fôlego que chegue para bruxarias




Senhoras e senhores, meninos e meninas, venho hoje aqui apresentar o meu próprio numero de bruxaria!

Eis a minha profecia: Vai haver guerra no país pacifico Iémen dentro de pouco tempo: escrevam o que digo.



Explicação:

Mr.Obama, conhecem? O tal que entrou para presidente dos Estados Unidos prometendo que iria acabar com a guerra no Afeganistão. Pois eu tenho a certeza que vai, e depois disso move a guerra para o Iémen... Devem estar para aí a pensar: "Lí esta este gajo outra vez com parvoíces. Pois bem, primeiro um homem chamado Abdul Mudallad (árabe, claro!) tenta rebentar com um avião a caminho de Detroit, Estados Unidos da América. Segundo o relatório oficial, este homem trazia substâncias altamente explosivas na roupa interior que teria adquirido no Iémen com instruções para se auto-explodir em Detroit. Mudallad disse também imediatamente que estava mandatado pela Al-Qaeda. Querem factos, para variar?



  1. NENHUM TERRORISTA TREINADO denuncia imediatamente a organização que o treinou, sendo que é sempre a "cabeça" da organização que reivindica os atentados.



  2. A Al-Qaeda veio reivindicar a tentativa de atentadoNenhuma organização terrorista reivindica um atentado falhado, pois nunca terá a mesma projecção nem os mesmos danos.

Pois bem, à custa disto tem havido desenvolvimentos que não pude deixar de notar. Isto foi no dia 25 de Dezembro (que conveniente ter sido no dia de Natal...). No dia 1 de Janeiro Obama vem a público dizer que a Al-Qaeda se moveu para o Iémen, que agora a prioridade de frente de ataque ao terrorismo é o Iémen, e mais PETAS, PETAS, PETAS! (desculpem a revolta que sinto). Isto no dia 1... Pois no dia 5 de Janeiro vem o Governo Português avisar a quem viaje para o Iémen que corre um risco de atentados terroristas. Até hoje nunca tinha ouvido falar em tal coisa...

Bem, alguém que me explique agora porque é que um homem nigeriano que estudou engenharia em Londres vai ao Iémen para ser treinado para atacar os Estados Unidos, não percebo... E há mais, a Al-Qaeda deve ter-se visto "grega" para chegar ao Iémen , já que teve de atravessar a enorme Arábia Saudita e levar consigo todo o material "terrorista", ainda para mais tendo em conta que para esses lados há bastantes montanhas. E só um "à-parte": No Iémen, 95% do que eles exportam é petróleo. E no entanto são o país mais pobre do Médio Oriente e vivem à custa da agricultura. Mas claro que isto é só um "à-parte"...

Bem, posto isto, cá vai a profecia:

Nos próximos 6 meses/1 ano começaremos a ver na televisão e noticiários cada vez mais ataques terroristas no Iémen.
Haverá provavelmente mais alguma tentativa ou ataque terrorista nos EUA planeado pela Al-Qaeda a partir do Iémen.
Dentro de 1 ano/3 anos, teremos uma guerra no Iémen e um país destruído. Salvam-se os afegãos (que merecem) e lixam-se os habitantes do Iémen (que não merecem). O Iémen teve na sua historia os naturais golpes de Estado, tal como nós, e crimes, tal como nós. Nos últimos anos, principalmente desde 2001, do "aparecimento" da Al-Qaeda, gradualmente têm vindo a existir esporádicos ataques bombistas, mas no entanto pode classificar-se o Iémen como um país pacífico ao pé do Afeganistão ou Iraque. Até hoje: escrevam o que digo. Iremos ter cada vez mais ataques neste país e uma guerra lá dentro de pouco tempo.

Infelizmente a minha profecia inclui naturalmente a morte de mulheres, homens e crianças inocentes e o envio de pais, filhos, irmãos e amigos para a guerra  - mas eu não queria que fosse assim.

(se a minha profecia se vier a concretizar depois não venham dizer que fui eu que provoquei a guerra)

Abraço

Post Scriptum: Esta profecia tem direitos de autor, qualquer violação a estes direitos será punida legalmente. Estou no gozo, claro, só aqui pus palavras, vamos ver se elas se tornarão verdade (espero, sinceramente, que não).

10 de janeiro de 2010

Este texto é uma maratona genial!

Descobri um texto de George Carlin que é simplesmente genial. Para quem não conhece, George Carlin é considerado pela Comedy Central o segundo melhor comediante americano de sempre. Mas para além disso foi também escritor e poeta. O texto de que falo chama-se "Modern Man" ou "Homem Moderno" e basicamente resume quase ao mais infimo pormenor a futilidade que o ser humano social é. Deu-me um trabalho massivo a traduzir porque a maior parte dos conceitos são expressões americanas mas acho que valeu a pena e vale a pena que voces conheçam o texto. Espero que gostem.

"Sou um homem moderno, um homem para o milénio. Digital e livre para fumar. Uma diversificação multicultural, desconstrução pos-moderna que esta anatomicamente e ecologicamente incorreta. Fui procurado e baixado, fui posto e deposto, eu sei o lado de cima do inferior, eu conheço a parte decadente da modernização! Eu sou uma vida curta altamente desenvolvida. Uma ponta, estado-da-arte com duas costas, o supremo mandatario e posso dar-te um gigabyte num nanossegundo!

Sou uma nova onda, mas sou da «velha-escola» e a minha criança interior é o meu limite. Sou um homem altamente tenso, que procura o calor, bom cliente com um coração quente, voz activada e bio-degradavel. Eu estou cara-a-cara com a minha memoria, a minha memoria esta no ciber-espaço, por isso sou interactivo, sou hiperactivo e de tempos a tempos radioactivo.

Por detras da bola oito, à frente na curva, conduzindo a onda, fotografando a bala, e abrindo o envelope. Eu estou on, dentro do assunto, dentro de uma tarefa, dentro de uma mensagem e fora de drogas. Não preciso de coca nem de velocidade. Eu não tenho urgencia para drogas nem punições. Eu estou actualizado, na «crista da onda», no topo e fora do radar. Um conceito moderno, nas calmas, missionario bruxo balistico. Uma bomba de rua. Um alimentador de armas de alto calibre. Visto gravatas de poder, digo mentiras de poder, durmo sestas de poder e participo em corridas vitoriosas. Sou um completo novo big-foot, um afundanço, produtor de chuva com um acordo pro-activo. Um trabalho'lico (viciado no trabalho) provocador. Um provocador que trabalha. Fora da reabilitação e em fase de negação!

Tenho um personal trainer, um personal shopper (alguém que faz as compras por mim), um assistente pessoal e uma agenda pessoal. Tu não me consegues calar. Não me consegues por abaixo porque sou incansavel, sou livre, sou um homem alfa com impeditivos beta.

Sou um não-crente e um sucesso, previsivel mas à frente na moda. Publicidade, pouco moderno, barato, alta-manutenção. Tamanho largo, antigo, alta definição, rapido a actuar, super-preparado, feito para resistir! Sou um interveniente, alguém sem restrições, automatico, caso principal, lindo e maduro pos-traumatico e tenho uma criança amada que manda mails odiaveis.

Mas, eu sinto. Eu tomo conta, eu curo, eu partilho – sou um suporte, um amigo, primario prestador de cuidado altamente treinado. A minha obra esta em baixo, mas o que esta para vir é bom. Eu tomei uma pequena posição nos grandes laços e a minha recompensa tem o seu proprio lucro. Eu li mails de merda, comi comida estragada, comprei laços de amizade estragados, e vi desportos futeis. Eu sou um genero especifico, intenso capital, facil de entender e intolerante à lactose.

Gosto de sexo selvagem. Gosto de amor pensado. Uso a palavra F (fuck ou fodasse) nos meus mails e o software no meu disco rigido é hardcore – nunca pornografia suave.

E comprei um microondas num minimercado; Comprei uma carrinha mini num hipermercado. Como fast-food em restaurantes à beira da estrada. Sou toll-free (toll-free são os numeros de telefone que podemos contactar e que são gratuitos, como o 112), de tamanho minimo, pronto-a-vestir, e venho em todos os tamanhos. Sou totalmente equipado, marca registada, testado medicamente, aprovado clinicamente, cientificamente – sou um milagre médico. Fui pré-lavado, pré-cozinhado, pré-mastigado, pré-examinado, pré-aprovado, pré-empacotado, pos-datado, preservado, com protecção dupla, empacotado por vacuo e, eu tenho uma capacidade de intercecção de frequencias ilimitada.

Sou um tipo duro, mas sou uma ameaça verdadeira. Desviador e mau! Cozinhado, trancado e pronto para a acção. Rude, pensado e dificil de enganar. Levo as coisas com calma, deixo-me ir, conduzo nas calmas. Eu tenho solavancos nos meus passos. Andando e mexendo, vendendo e espalhando, dançando e abanando, lamentando e ganhando. Eu não durmo e por isso não perco. Eu mantenho o pé no acelerador e o pneu a rolar. Eu festejo e tomo almoço em tempo do lanche. Eu estou a gozar, não haja duvidas, e não é facil faze-lo - fim de trasmissão!"
 
Conseguiram ler até ao fim? Bem, a tradução não tem a mesma força que o original... Por isso, para quem fala ingles vejam o video de George Carlin a dizer este mesmo texto.
 
Abraço pessoal! Ouçam quem merece ser ouvido!

7 de janeiro de 2010

Caixas

Vladimir Kush (genial)

Vivendo em caixas
Trabalhando em caixas
Nem vos sobra tempo para pensar
Gente mesquinha que nem se deixa respirar.

Entreteem-se no escritorio olhando para uma caixa
Entreteem-se em casa olhando para uma caixa
Por muito que sejam superfluos ninguém o acha
Porque ninguém se esforça por nada achar.
-Vão la', uma qualquer caixa esta-vos a chamar...

                                                                       João Tiago

6 de janeiro de 2010

La vem o Climategate outra vez...

   Nos ultimos tempos tenho reflectido sobre algumas das mensagens que postei e sobre a do Climategate fiquei com um leve receio de que tenha deixado a ideia errada. Espero que o caro leitor perceba que nunca, em momento algum, quis afirmar que o aquecimento global não existia, a minha unica intenção foi sempre dar a entender como se utiliza um fenomeno natural que ocorre ciclicamente no planeta para, mais uma vez, se extorquir dinheiro de quem tanto trabalha para o ter. Os avanços tecnologicos que teem sido divulgados são, de facto, satisfatorios. A propria conscencialização que se tem feito pelos media para que produzamos menos lixo é, também ela, positiva. Isto porque nos ajuda a perceber um bocado melhor que a natureza é maravilhosa. Porém, usa-se a sensibilização para que no's paguemos mais e mais, porque muito probavelmente o caro leitor nunca pensou nisso, mas o que se quer vender é, no fundo, o Sol, o vento e a energia das ondas. Penso que tantos avanços tecnologicos neste campo deviam ser uma boa razão para que deixassemos de pagar para usufruir-mos de energia, ja que este tipo de energia não é poluente, nem é esgotavel, portanto deveria ser gratuito. Por outro lado, os avanços tecnologicos mais promissores teem sido camuflados porque são pouco lucrativos. E ja poderiamos estar a usufruir de energias renovaveis em numeros mais promissores - mas o lucro do petroleo é, para ja, maior... Poe-se, mais uma vez, a economia à frente da natureza... No texto explico melhor o que tenho descoberto (espero que gostem).

   Aprendi, nos ultimos tempos, a maravilhosa natureza que se depara perante nos, dia apos dia. Amar a natureza é, no fundo, amarmo-nos a nos proprios. Porque nos temos uma relação de simbiose com a natureza mas ainda não percebemos isso. Pelo nosso desconhecimento e pela nossa constante inconsciencia enquanto seres humanos corremos hoje o risco de estar a por em causa essa relação de simbiose, quebrando-a. Porque estamos a destruir a natureza, de facto, porque destruimos arvores, destruimos a atmosfera e destruimos o que de mais puro temos. No entanto, isso não tem uma relação completamente directa com o aquecimento global. O facto de produzirmos fumarada não provoca em si o aquecimento global. Porque ele iria acontecer, com o ser humano aqui ou não... Porque o aquecimento global é provocado pela radiação solar, junta com as alterações no campo magnético da Terra, mas a Terra sempre encontra um equilibrio necessario. Porque ja tivemos uma era climatica, ha 11500 anos, no chamado Holoceno, em que a Terra aqueceu de tal forma que nas regiões do Arctico chegaram a haver temperaturas de 9°C! - Mas a Terra encontrou o equilibrio (e note-se que o ser humano sobreviveu sem 5% dos recursos que temos hoje). Porque na época da Grande Idade do Gelo extinguiram-se um numero anomalo de seres vivos e no fim dela extinguiram-se mais, mas a Terra aqueceu - A Terra encontrou o seu equilibrio. Na Terra existe uma tendencia constante para o equilibrio mas ela é obtida por momentos de enorme desiquilibrio. Basta que tres grandes vulcões entrem em erupção no espaço de tres anos e havera outra era glaciar devido ao escurecimento global provocado pelos gases que impedem que a radiação solar atinja a superficie terrestre... Porque depois deste tão proclamado aquecimento global ira existir novo periodo de arrefecimento. E estes são picos de temperaturas minimos tendo em conta a historia climatica global estudada pela Paleoclimatologia. Porque nos estamos, na verdade, e por muito estranho que vos possa parecer, num periodo de arrefecimento global! Este periodo tem vindo a ser invertido, a historia mostra que isso é natural, nos ultimos 18000 anos. Ira acabar quando todo o gelo estiver derretido e desde ha 18000 anos começou o chamado degelo. Por muito que agora se venha profetizar o degelo como o fim do Mundo, a verdade é que ele não começou ha 100 anos, como querem fazer crer - ele começou ha 18000 anos! Sou o primeiro a defender que graças ao homem e às suas atitudes agressivas contra a natureza esta situação foi, de facto, intensificada. Porém, devia-se perceber , por exemplo, que o facto de não reciclarmos não provoca directamente tudo isto, apenas agrava mas de uma forma subtil. Por exemplo, o aumento do numero de carros na estrada - isso sim aumenta em grande numero os efeitos do aquecimento, mas quantas vezes se veem campanhas sensibilizando-nos a usarmos sistemas de boleia entre vizinhos ou quantos incentivos directos se veem ao uso de carros ecologicos?! A razão é que isso não da lucro... Porque não nos custa nada darmos boleia a um vizinho e ele a nos ciclicamente, mas ninguém tem esse tipo de consciencia. Isso sim, seria dar um contributo exponencial e imediato para o bem do meio ambiente. Repare-se por exemplo que o retorno da nossa divisão de lixo ainda não chegou e demorara' ainda algum tempo a chegar. Porque? Porque até hoje a separação do lixo provocou mais poluição que beneficios atmosfericos. Passo a explicar: o numero de contentores aumentou tres vezes. Para os fabricar utiliza-se, la esta, petroleo! E o seu fabrico envia quantidades consideraveis de CO2 para a atmosfera. De facto, concordo plenamente com a separação do lixo, mas penso que existem prioridades bem maiores para o combate ao aquecimento global. Mas elas não são prioridade para quem manda... Porque alguém ganha dinheiro com a venda dos contentores, criam-se empregos porque teem de haver mais pessoas a recolher o lixo, vendem-se bastantes mais veiculos para a recolha do mesmo. Portanto, mais uma vez se colocam os beneficios economicos à frente.  Repare-se, quanto à ideia das boleias que ja existe ha bastante tempo, se todos fizessemos isso, e tendo em conta apenas que cada carro levaria duas pessoas, do numero de automoveis que circulam actualmente nas estradas mundiais (cerca de um bilião) passariamos para quinhentos milhões de automoveis a circular no Mundo... Agora eleve-se isso a automoveis carregando quatro passageiros - o numero desceria para duzentos e cinquenta milhões. Mas pondo as cartas em cima da mesa. Uma pessoa que faça 200kms mensais com o seu automovel envia cerca de 40kgs de CO2 mensais para a atmosfera. Multiplicando pelo bilião de automoveis da' 40.000.000.000 (40 biliões) kgs de CO2 que todos os automoveis enviam. Caso todas as pessoas adoptassem o "sistema de boleias", enviavam-se 10.000.000.000 kgs de CO2 mensais. Simplificando, evitava-se enviar para a atmosfera 1.000.000.000 (um bilião) Kgs de CO2 todos os dias! Seria possivel que todos fizessemos isso? Bem, ja se veem muito poucas casas sem os contentores de reciclagem... Foi possivel em tão pouco tempo espalhar a ideia. Talvez se se usasse a mesma intensidade de publicidade para espalhar a ideia da "boleia ecologica"... No entanto, isto evitava também a compra de muitos carros, evitava o consumo de muito combustivel petrolifero e isso não é vantajoso para alguns... Tente perceber, caro leitor, que posso por erro meu ter dado a ideia de que não acreditava que o aquecimento global existe, mas eu não so acredito como tenho a certeza absoluta dele. Penso é que se esta' a comercializar algo demasiado grave. Tendo em conta os padrões economicos de uma economia que penso que não devia sequer existir, é atribuido a tudo um certo valor. Com base nesta logica, é logico também que se leve dinheiro do petroleo - obvio. Porém, porque raio se leva dinheiro do sol, do vento ou das ondas?! Sim, porque nos pagamos para usar a energia provinda destas matérias. Elas sempre estiveram ca para nos... Porque pagar por elas?! Não entendo, mesmo que se argumente que alguém tem de pagar os materiais que se usam para a extrair - tudo bem. Mas esse valor não aumenta ao longo do tempo. Portanto, mesmo que o pagassemos, seria durante um periodo de tempo limitado e seria muito menos o valor a pagar. Mas a verdade é que, tomando o exemplo da EDP, a eles não lhes falta muito para recuperarem o investimento que fizeram no material eolico. Depois de o recuperarem imaginem o lucro que vão ter! Eles vão vender o vento, porra! Mina de ouro, chamar-lhe-iam? Não, aproveitamento publico - nos é que somos a mina.
   A verdade é que o aquecimento global é um fenomeno ciclico. Espero que se perceba que temos de ter em conta dois tipos de aquecimento global: o aquecimento global real e o aquecimento global ao qual chamo comercial. O aquecimento global existe, de facto, e eu sou o primeiro a defender que no's o intensificamos. E' precisamente por não acreditar em tudo o que me dizem que eu não paro de procurar mais e mais, alimentando a minha sede de verdade. Talvez as coisas não sejam tão lineares, porque talvez as fontes televisivas não sejam as mais confiaveis neste momento. Eu considero que devemos viver em harmonia com a natureza e devemos dedicar-lhe mais atenção do que dedicamos. No entanto, a natureza é ciclica, em todos os seus aspectos. E a natureza inclui, por outro lado, não so as arvores, os animais e as pedras, mas também o sol, o vento, e o mar. Repare-se: as temperaturas solares são ciclicas ao longo do ano e contribuem para a atribuição das estações do ano mas estas alterações são praticamente minimas e imediatamente apos umas começam outras. Por isso se mantém um constante equilibrio. Porque se no Verão se atinjem altas temperaturas, no Inverno elas equilibram-se pelo frio. Mas o Sol trata-se, concerteza, de um astro e os astros são inconstantes na sua radiação energetica. Portanto, a radiação solar ja não pode ser medida em ciclos exactos. Porque a radiação solar é demasiado inconstante. Neste momento o Sol emite radiações altissimas e probavelmente daqui a duzentos anos abrandara' de uma forma incrivel para depois voltar a aumentar - foi assim ao longo da historia. O aquecimento global não é excepção... No proprio artigo do wikipédia esta la uma boa panoplia de conceitos acerca do aquecimento global real, em antitese ao aquecimento global comercial. La, apresentam alguns argumentos e eu passo a revelar os que mais me captam a atenção, incluindo também algumas expressões que são suceptiveis de dialogo:

  • Fala que o aquecimento global é uma "teoria", e estou a citar.


  • Afirma que esta teoria defende que "alegadamente se tem verificado nas décadas mais recentes um aumento da temperatura dos oceanos e do ar" - alegadamente.


  • "Se o aumento da temperatura média se deve a causas naturais ou antropogênicas (provocadas pelo homem) ainda é objecto de alguns debates entre os cientistas".


  • "Variação em irradiação solar pode ter contribuído em cerca de 45–50% para o aquecimento global ocorrido entre 1900 e 2000.


  • "No entanto, a retração dos glaciares (degelo) na Europa já ocorre desde a era Napoleônica e, no Hemisfério Sul, durante os últimos 35 anos, o derretimento apenas aconteceu em cerca de 2% da Antárctida; nos restantes 98%, houve um arrefecimento".


  • "O IPPC estima que a massa da neve deverá aumentar durante este século".


  • "Durante as décadas de 1930 e 1940, em que a temperatura de toda a região ártica era superior à de hoje, o degelo dos glaciares na Gronelândia era maior do que a actual".


  • "A diminuição da área dos glaciares ocorrida nos últimos 40 anos, deu-se essencialmente no Ártico, na Rússia e na América do Norte; na Eurásia (no conjunto Europa e Ásia), houve de facto um aumento da área dos glaciares, que se pensa ser devido a um aumento de precipitação"


  • "No Oceano Atlantico Norte houve um arrefecimento." - digo-vos algumas das regiões do Oceano Atlantico Norte: Brasil Norte; América Central: Estados Unidos (Sudoeste); Canada; Sul da Gronelandia; Paises Nordicos; Europa Ocidental (Portugal e França incluidos); todo o nordeste e algum sudeste de Africa.

   Aqui em França fala-se inclusive que se atravessa um dos Invernos mais frios dos ultimos anos. Hoje, por exemplo, estiveram -7°C... Quero que se perceba que a nossa inconsciencia esta', de facto, a agravar os problemas ambientais. Mas eles incluem aquecimento e arrefecimento. Com a intensificação da industria, se ela acontecer, sabem o que acontecera'? Arrefecimento Global! Porque a acumulação de fumo na Estratosfera provocara' uma especie de sombra que provoca por sua vez e directamente o chamado Escurecimento Global. E ele, por outro lado, trara um imediato arrefecimento global. Note-se que a nossa inconsciencia é demasiado grave e deviamos corrigi-la, mas penso que a luta para que possamos de facto deixar de destruir o planeta é com o fim do consumismo. E' precisamente aqui que entra "Zeitgeist". Se acabarmos com o consumismo acabamos com a economia e isso trara a nossa harmonia com a natureza - saliento que não deixaremos de provocar aquecimentos ou arrefecimentos globais, ja que eles são ciclicos e naturais. Porque é a economia que provoca tanta instabilidade na Natureza. Porque a necessidade que a economia tem dos combustiveis fosseis atrasa o desenvolvimento dos recursos energeticos renovaveis. Porque sem petroleo a economia morreria e isso impede-nos de desenvolvermos as energias renovaveis. Porque a constante necessidade de consumir provoca directamente a desflorestação e a necessidade de acelerar processos instabiliza a natureza. Colocam-se adubos para que os alimentos cresçam mais rapido, quando podiamos simplesmente esperar... mas a demora traria prejuizo... E' este sistema economico que impede o Homem de evoluir e faz com que no's destruamos, dia apos dia, a natureza e arrisquemos a relação de simbiose que com ela temos. Quando digo que este sistema economico bloqueia o desenvolvimento das energias renovaveis não o digo em vão. A verdade é que a obtenção da energia solar não é, como devera' concerteza pensar, uma descoberta recente. Porque as primeiras células fotoeléctricas foram construidas em 1883! Ha' 127 anos atras... Não sei se o leitor alguma vez ouviu falar dos paineis fotovoltaicos concavos. O sistema é simples: a luz incide em espelhos concavos e é reflectida para um painel fotovoltaico, o que redobra a obtenção de energia, reduzindo o investimento e aumentando o lucro energetico (não-economico). E ha uma outra ideia pelo mesmo homem. David Faiman, cientista israelita, lembrou-se de como usamos lupas para fazer fogo - elas aumentam a obtenção da energia solar. Então juntando tudo isto poderiamos aumentar exponencialmente a obtenção da energia a partir do Sol. Tenho outro artigo interessante sobre isso. E valera' a pena ver este pdf que explica resumidamente o sistema. No entanto, esta ideia existe ha pelo menos sete anos e ve-se alguém falar disso? Foi discutido na recente Conferencia de Copenhaga? Não! Porque o retorno economico é pouco... Esquecem-se é que o retorno ambiental seria magnifico. Em apenas tres anos teriamos a capacidade de colocar os espelhos necessarios no Sahara por alguns quilometros quadrados para termos energia suficiente para alimentar pelo menos metade do planeta, energeticamente falando... A verdadeira solução para o bem do Mundo e para o bem da sociedade é acordarmos de vez. Deviamos acordar todos, não "eu e voce", mas a sociedade em geral, deixar-mo-nos de "guerrinhas" insignificantes que matam pessoas, destroem paises ja por si pobres e enriquecem quem esta podre de rico...

Quanto ao Climategate em si, eu sei que ele é recente, mas olho para ele apenas como um reforço do que acabei de dizer. Usou-se o aquecimento global para encher os bolsos, ja bem cheios, de muita gente. Alguns factos:

  • O SPPI exite mesmo, e é uma das duas organizações neste momento consideradas mais capacitadas no tratamento da informação sobre as alterações climaticas (a outra é SCPP - Center for Science and Public Policy), sendo formada por alguns dos mais importantes cientistas e especialistas nesta matéria.


  • O relatorio que eles lançaram é bastante revelador e queria muito que o lessem na integra, porque ajudar-vos-ia a perceber que se calhar eu até tenho razão...


  • E' um facto que Phil Jones, um dos rostos mais activos e sem duvida um dos baluartes de toda a sensibilização para as alterações climaticas, foi afastado apos este escandalo rebentar. Por outro lado, queria que soubessem que mesmo que eu não tenha razão, a obrigação dos média nestas situações é fornecer toda a informação aos espectadores, dando a conhecer os dois lados da moeda, para que depois o proprio espectador possa decidir quem tem razão. No entanto, nada se ve na televisão ou jornais sobre isto... E no entanto, o escandalo do Climategate tem dominado a imprensa internacional...

    Quando o Projecto Venus estiver concluido (e eu acredito que ele é possivel), ai poderiamos perceber a importancia que temos, poderiamos perceber que somos demasiado valiosos para sermos "vendidos", que aquilo que temos a capacidade de sentir uns pelos outros, atraves da relação pais-filhos, atraves da amizade, atraves do amor, é de facto incrivel. Penso que no's damos a no's proprios pouco valor... quando valemos imenso enquanto seres humanos. A vida é mais do que nascer, reproduzir e morrer. Penso que o proprio tempo nos traz a sensação constante de que a vida é curta. Mas ela não o é se soubermos aproveitar cada bocado dela. Como? Viajando e conhecendo o Mundo, aproximando-nos das pessoas, gritando a "altos berros" no meio da rua, escrevendo um poema, cantando uma musica, pintando um quadro, abraçando alguém, entrando numa floresta e respirando fundo... Porque no's somos ondas que veem e vão, mas o importante é o que deixamos na costa.

Abraço, vivam!

3 de janeiro de 2010

Esta é curta mas é boa!

   Boas! Lembrei-me de vir ca hoje postar apenas uma mensagem bem curtinha. Mais uma "espécie" de escandalo. Digo "espécie" porque a mim não me surpreende em nada. O que se passa é que recebi um mail  de um amigo e achei o conteudo suficientemente importante para o colocar aqui.

   Existe um cargo muito especifico no ministério da justiça que consiste, basicamente, em actualizar o conteudo do site do ministério. Bem, uma vez que estamos em corte radical de despesas, uma vez que até se vai tirar algum dinheiro das reformas devido a esse corte, a pessoa que desempenha este cargo recebe apenas 3254 €, com subsidio de alimentação, para que tenha os seus direitos fundamentais... E quem esta para ai indignado por eu ter dito "apenas" deixe la essas atitudes poucos nobres, esta bem? E' que acho que a senhora devia receber 3255€. Não, estava a brincar... Mas é engraçado que apesar de lhe poderem pagar 3255€ "so" lhe pagam 3254€, ao menos arredondavam a conta... Mas é a crise que aperta... Bem, aperta com principal incidencia em todos os meses menos em Junho e Novembro, onde a pessoa recebe a dobrar. O mais engraçado, no entanto, nem é a palhaçada de se tirar dinheiro das reformas aos idosos e depois se pagar tanto dinheiro para uma pessoa fazer uma coisa que eu faria em part-time e demoraria no maximo uma hora por semana a fazer enquanto estava a ver o Benfica... O que choca é "quem" desempenha um cargo de "tanta importancia". O nome da senhora é Susana Isabel Costa Dutra e ela é filha de Alberto Costa, anterior ministro da justiça... Bem, penso que tal situação de uma repugnancia tão grande nem merece comentarios... Queria so propor ao pessoal do ministerio que se quiserem eu faço o mesmo trabalho, pagam-me 500€ e duas bifanas e esta' o negocio fechado, pode ser? E' que depois podem  usar o resto do dinheiro para os pobres das reformas... E garanto-vos que tenho a capacidade que é requerida (praticamente nenhuma) para desempenhar o cargo.

Abraço pessoal - mexam-se!

Pois é, ja estavam para ai a pensar que não ia apresentar provas, mas aqui não afirmo nada sem provas. Ca vai:




Peace.

2 de janeiro de 2010

Nietzshe é apenas mais um "génio qualquer" que critica a existencia de Deus

Friedrish Nietzshe é um dos grandes pensadores do século XIX e não encontro melhor altura do que esta para colocar aqui uma das suas reflexões. Nela fala da existencia de Deus como uma das maiores crueldades criadas pelo homem para se auto-inflingir erronia e inconscientemente. Para se compreender melhor o texto dou links para algumas palavras de vocabulario mais complicado e que merecem ser bem entendidas. Ele é so mais um génio que criticava tanta coisa que eu critico e que foi considerado um louco, tal como muitos me devem considerar. Pois eu sou-o! Porque o conceito de loucura para mim é hoje outro, ser louco é estar disposto a romper inumeros muros que a nossa "santa" sociedade nos impos. Sejam loucos também e percebam que loucura e liberdade são conceitos neste momento demasiado proximos para serem distanciados. Ca vai o texto de Nietzshe:

"Uma obrigação para com Deus: esta ideia foi porém o instrumento de tortura. Imaginou-se Deus como um contraste dos seus próprios instintos animais (do homem) e irresistíveis e deste modo transformou estes instintos em faltas para com Deus, hostilidade, rebelião contra o «Senhor», «Pai» e «Princípio do mundo», e colocando-se galantemente entre «Deus» e o «Diabo» negou a Natureza para afirmar o real, o vivo, o verdadeiro Deus, Deus santo, Deus justo, Deus castigador, Deus sobrenatural, suplício infinito, inferno, grandeza incomensurável do castigo e da falta. Há uma espécie de demência da vontade nesta crueldade psíquica. Esta vontade de se achar culpado e réprobo até ao infinito; esta vontade de ver-se castigado eternamente; esta vontade de tornar funesto o profundo sentimento de todas as coisas e de fechar a saída deste labirinto de ideias fixas; esta vontade de erigir um ideal, o ideal de «Deus santo, santo, santo», para dar-se melhor conta da própria indignidade absoluta... Oh, triste e louca besta humana!

A que imaginações contra-natura, a que paroxismo de demência, a que a bestialidade de ideia se deixa arrastar, quando se lhe impede ser besta de acção!... Tudo isto é muito interessante, mas quando se olha para o fundo deste abismo, sentem-se vertigens de tristeza enervante. Não há dúvida de que isto é uma doença, a mais terrível que tem havido entre os homens e aquele cujos ouvidos sejam capazes de ouvir, nesta negra noite de tortura e de absurdo, o grito de amor, o grito de êxtase e de desejo, o grito de redenção por amor, será presa de horror invencível... Há tantas coisas no homem que infundem espanto! Foi por tanto tempo a terra um asilo de dementes!"

Bem, nada mais ha a dizer, porque senhores tão conscientemente instruidos como este chegam ao ponto de nos tirar qualquer palavra da boca...
 
Fiquem bem e lutem por isso!

1 de janeiro de 2010

Antonio Aleixo, quisa' cavaleiro honesto em prol da honestidade ou poeta da verdade que foi ignorada

Descobri um poeta espectacular e espectacularmente ignorado pelas amarras da nossa "sociedade cristã". Chamou-se Antonio Aleixo. Ca vai um poema dele, com a promessa de que porei no blog mais, porque ele merece ser conhecido:

A Torpe Sociedade onde Nasci



"I
Ao ver um garotito esfarrapado
Brincando numa rua da cidade,
Senti a nostalgia do passado,
Pensando que já fui daquela idade.


II
Que feliz eu era então e que alegria...
Que loucura a brincar, santo delírio!...
Embora fosse mártir, não sabia
Que o mundo me criava p'ra o martírio!


III
Já quando um homenzinho, é que senti
O dilema terrível que me impôs
A torpe sociedade onde nasci:
— De ser vítima humilde ou ser algoz...


IV
E agora é o acaso quem me guia.
Sem esperança, sem um fim, sem uma fé,
Sou tudo: mas não sou o que seria
Se o mundo fosse bom — como não é!


V
Tuberculoso!... Mas que triste sorte!
Podia suicidar-me, mas não quero
Que o mundo diga que me desespero
E que me mato por ter medo à morte... "
 
                                                       Antonio Aleixo
 
(algoz quer dizer "pessoa cruel")
 
Desejos de um bom ano novo!
Fiquem bem e lutem por isso!