29 de julho de 2010

Um mês depois...

Mergulhei numa espécie de interregno intelectual, desses que me ocorrem quando menos espero e que nunca soube explicar muito bem. Penso que são um retrato daquilo que me caracteriza neste momento. Tenho muitas dúvidas, duvido de tudo. Tenho a perfeita noção do que é o Mundo, mas imensas dúvidas daquilo em que ele se pode tornar. Tenho dúvidas sobre o que será de nós enquanto humanidade, tenho dúvidas de como poderemos evoluir conscientemente para uns patamares acima. E quanto mais me esforço por entender as coisas, quanto mais me esforço para esclarecer estas duvidas, quanto mais estudo Filosofia, Psicologia, Astrologia, no tempo que me sobra para o fazer, mais dúvidas tenho. É uma equação matematicamente definida esta, que me preocupa: quanto mais preencho a cabeça com conhecimento e compreensão lógica, mais esvazio a alma à falta de compreensão sensível do Mundo e das definições "não-lógicas". Tenho medo de me tornar numa dessas enormes pedras, que têm tudo escrito, mas que não saem do sítio, que magoam quem lhes tenta tocar, que não esboçam nada senão meras definições das coisas. Não sei se quero ser activista quando a minha personalidade não é a de ir para a porta das instituições gritar alto para quem sei que nunca me vai ouvir, não quero definitivamente ser conformista, porque sou um vulcão social que quer explodir. No fundo, estou ainda à procura do meu espaço, fazendo o trabalho de terreno necessário e possível, ao informar e consciencializar as pessoas sobre esse tal estudo que desempenho, tentando desenvolver ao máximo a paixão que tenho pelos comportamentos humanos, ao olhar com olhos de ver para a forma como vejo as acções humanas, estudando a raiva, a satisfação, a dúvida. Tento encontrar em Nietzsche, Kant, Descartes, Pessoa, e tantos outros iluminados, as explicações teóricas para estes ditos comportamentos mas no fundo aprendo todos os dias que essas mesmas explicações não se querem de todo teóricas mas práticas. Precisamos de viver, de partilhar esses sentimentos, de os extrair de nós para os percebermos naquele segundo em que a percepção deles nos invade, e depois vai. Existem momentos bastante breves, aprendi-o, em que nos invade uma percepção perfeita das coisas, mas é uma coisa muito indefinida e quase inexplicável.
   No meio disto tudo, sobra-me dizer que me perdi nos meus devaneios, e mostrei-vos a confusão que neste momento é a minha cabeça. Sei que muitos dos leitores pensarão que o propósito do blogue não está sequer perto de um espaço de desabafos pessoal, e eu chego quase a concordar. Porém, a verdade é que depois de um mês sem postar nada, devia uma explicação sincera e lógica, e para isso tinha de colocar fundamentos de teor intrinsecamente pessoais. A verdade é que acabou por sair um texto sem dúvida sincero, mas muito pouco lógico...

Abraço, fiquem bem e lutem por isso.

P.S.: Espero voltar a postar com a frequência que os leitores merecem.