25 de junho de 2010

"A Guerra que anda"

Boas, acabei de ler um artigo bastante interessante no jornal on-line do "Prensa Latina" sobre a Nova Ordem Mundial anunciada por Bush sénior e as suas intervenções nas várias guerras "uni-laterais" que lhe seguiram. Cá está o artigo, vale a pena ler:

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A guerra que anda

Por Bianca de Jesus

O temor do homem está no auge hoje em dia pelo aumento das ameaças contra a sua vida e, contraditoriamente, estimando cada vez mais no poder das armas as esperanças de dominação e sobrevivência.

Num meio natural em deterioramento progressivo, aumentam as contradições sobre um ordenamento social e económico mundial contrário às maiorias.

Mas, quando se agride os interesses ou o instinto de preservação, o ser humano reage de maneiras defensiva ou ofensiva, segundo seja o caso, e gera detonantes de confronto.

Hoje intensifica-se a crise das nações mais ricas, que durante séculos cobiçaram os habitantes mais favorecidos, e agora vêm a engrossar em elevada percentagem o campo dos afectados.

Os já empobrecidos do Terceiro Mundo, por sua vez, entram no risco mortal de que todo tipo de consequências e diversas formas de despojos lhes sejam acrescentados.

Apesar de seus grandes recursos estratégicos e de sua enorme capacidade trabalhista, ou talvez por isso, são os mais carentes do planeta.

Em teoria, uns e outros poderiam unir esforços pelo bem comum, mas um ordenamento irracional impede-os, segundo estatísticas óbvias.

De acordo com a análise do Instituto Internacional de Pesquisas para a Paz, de Estocolmo, a crise económico-financeira mundial parece ter escasso impacto nos orçamentos para a compra de armas.

O mundo gastou para esse fim a cifra recorde de 1,5 biliões de dólares em 2009, equivalente a 5,9 por cento mais que no ano anterior.

Ainda que 65 por cento dos países estudados investiram mais nisso em 2009 que em 2008, Estados Unidos é o país que representa, por si só, 54 por cento da despesa mundial com esse objectivo.

Esta progressão anula as mais ingénuas esperanças de paz e se deverá assumir, como os principais países em risco, aqueles do Sul possuidores das riquezas e recursos naturais mais cobiçados ou os classificados geo-politicamente como inimigos.

Segundo o referido estudo, o aumento em 2009 foi de 49 por cento com respeito ao ano 2000.
Com um investimento assim, não torna ilusório negar que em algum momento incalculáveis milhões de seres humanos verão truncadas pela guerra as ilusões de suas vidas, talvez endurecendo com ingentes esperanças?

Estados Unidos, com somente seis por cento da população mundial, consome a quarta parte do combustível e da energia eléctrica do planeta.

Por isso e pelo negócio bélico, o maior do mundo, tem desenhado planos de controle e contingência para tudo e para todos, agora atribuídos ao terrorismo, o narcotráfico ou qualquer outra explicação.

Um estudo do Instituto do Terceiro Mundo, radicado em Montevideu, publicou em anos recentes: "A guerra, hoje em dia, é rara vez uma confrontação clássica entre as forças armadas de duas ou mais estados".

Analistas consideram que, excepto os minúsculos conflitos locais, as guerras hoje em dia são uma confrontação dos Estados Unidos contra o mundo, bem por meios bélicos tradicionais ou por outros mais subtis.

Durante a Guerra Fria, desde 1945, predominaram os conflitos chamados de baixa intensidade em países do Sul, nos quais as potências mundiais, no caso de se comprometer, observavam à parte como "agente escondido".

Delas há que excluir, pelo menos, as guerras do Vietname e Coreia, ambas com Estados Unidos à cabeça como agressor absoluto.

Desde 1990 instalaram-se os chamados conflitos assimétricos contra grupos ou movimentos políticos, sociais ou religiosos "endemoniados".

Estes defendiam geralmente interesses de suas nações, etnias, povos e, inclusive, em muitos casos legitimamente os de justiça social.

Depois do conflito Leste-Oeste, a grande potência do Norte, seus aliados e as classes afins propuseram-se assumir o controle global e eliminar ou reduzir os restos de socialismo que se lhes opusessem.

George Bush pai proclamou em Fevereiro de 1991, ao receber os seus soldados provenientes da Guerra do Golfo, a instauração da nova ordem mundial e a Iniciativa para as Américas, génesis do que foi o ALCA.

Desvanecia-se assim a distinção entre guerra e paz e tornavam-se indefiníveis as frentes de batalha -excepto em casos pendentes.

A lógica confrontativa do sector dominante neste mundo industrializado, com Estados Unidos à frente, centra-se em dominar ainda mais as fontes de energia, água, biodiversidade e força de trabalho barata, inclusive em seu próprio território."

P.S.: Quero dizer que infelizmente não tenho tido o tempo que queria para postar com a frequência que desejo e espero que o leitor deseje. No pouco tempo que me tem restado tenho-me dedicado mais à pesquisa, porque infelizmente é bastante difícil encontrar fontes a que posso chamar seguras, com os fanáticos a afirmarem coisas que não estão provadas. Gostaria de pedir mais rigor às pessoas, e que referissem que estão a dar uma opinião quando o fazem, porque as opiniões são isso, nada mais. Quem apresenta opiniões como factos, está a "fanatizar" outros, está a tirar rigor e coerência àquilo que eu e todos os meus colegas de Zeitgeist Portugal (embora eu não seja um participante activo) defendemos. Procure-se fontes fidedignas, coloque-se links a mostrar que elas o são, e assim aquilo que é mais que óbvio e ao que basta apenas que as pessoas abram os olhos (que é a nossa missão) tornar-se-à mais fácil de ser ouvido, lido e tido em conta.

Abraço a todos, abraço ao pessoal do Zeitgeist Portugal que tem feito um esforço enorme que merece ser louvado. Gostaria que houvesse mais pessoas com a vossa vontade, talvez o Mundo fosse outro... Parabéns também pelo novo site que está muito bom e fica a minha pena por não poder participar activamente como gostaria, sobretudo pela distância em termos físicos e pela falta de tempo para estar on-line.

Até à próxima.











1 comentário:

  1. Cada vez sinto mais culpa por não teres seguido os estudos, pois merecias continuar. Espero que um dia o possas fazer e que não seja tarde demais. Tenho orgulho de ser tua irmã.
    Beijos

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